29/07/2022

Onde mora a felicidade?

A felicidade é o sonho de consumo de todo ser humano. Mas, onde mora a felicidade? Qual é o seu endereço? Salomão, o homem mais rico e mais sábio do seu tempo, empreendeu uma busca, no afã de encontrar a felicidade. Onde a buscou?

 

Em primeiro lugar, na diversão (Ec 2.1,2). O riso e a alegria, nos mais diversos estilos de diversão, não puderam satisfazer seu desejo de felicidade. O riso zombeteiro, nas ruidosas gargalhadas dos happy hours da vida apaga-se no rosto sulcado de dor e molhado de lágrimas. Esse riso não passa de loucura e essa alegria efêmera de nada serve.

 

Em segundo lugar, na bebida (Ec 2.3). Malogrado o seu propósito de encontrar a felicidade na diversão, Salomão a procura no fundo de uma garrafa de vinho. Seu vinho era produzido de suas próprias vinhas. Vinho de qualidade. Vinho de melhor classificação. Porém, o vinho não saciou sua sede de prazer nem lhe levou às fontes da felicidade. Em vez de usar seus poucos dias para buscar o que é eterno, o rei-pregador tentou, em vão, encontrar felicidade na bebida e mais uma vez se frustrou.

 

Em terceiro lugar, nos empreendimentos (Ec 2.4-6). Salomão deixou o prazer da diversão e do vinho e lançou-se no trabalho, com o propósito de realizar grandes empreendimentos. Casas, vinhas, jardins, açudes. Tudo o que fez tinha o carimbo da pluralidade. Tudo o que fez tinha o propósito de servir a ele mesmo. Ele era o autor de suas obras e o beneficiário de seus empreendimentos. Tudo o que empreendeu tinha o selo da superlatividade. Tudo foi feito por ele, por meio dele e para ele. Mais a felicidade, também não estava presente nos grandes e múltiplos empreendimentos.

 

Em quarto lugar, na riqueza (Ec 2.7,8a). Salomão dá mais um passo na busca da felicidade e a procura na riqueza. Tornou-se proverbialmente rico, o mais rico de sua geração. Comprou muitos servos além dos muitos servos que haviam nascido em sua casa. Acumulou ouro e prata como nenhum outro antes dele. Mas, a riqueza não preencheu o vazio do seu coração nem alimentou sua alma com o sonho dourado da felicidade.

 

Em quinto lugar, na música (Ec 2.8b). Salomão colocou mais um ingrediente no cardápio, com o propósito de experimentar a felicidade. Proveu-se de cantores e cantoras. Esse hobby caro e raro, enchia suas noites de sons agradáveis e seus banquetes de melhor ambiente. Porém, a felicidade também não foi encontrada na música e nos shows particulares contratados para lhe alegrar a alma.

 

Em sexto lugar, no sexo (Ec 2.8c). Salomão tinha em seu harém setecentas princesas e trezentas concubinas (1Rs 11.3). As mulheres mais bonitas e mais ricas do estrangeiro e da sua nação frequentavam o seu leito. Ele desfrutou do prazer sexual com exuberância e variedade como nenhum outro homem igual a ele. Porém, todos os baldes de prazer que ele jogou para dentro do seu coração, não saciaram sua sede de felicidade.

 

Em sétimo lugar, na fama (Ec 2.9). Na sua corrida rumo à felicidade, Salomão a procura nos corredores da fama. Tornou-se o Topo 1 da fama. Ninguém se assemelhou a ele em sabedoria e riqueza. Ocupar o pináculo da pirâmide social, porém, não atendeu o seu desejo de felicidade. As coisas temporais e terrenas, por mais abundantes e excelentes não lhe deram acesso ao banquete da felicidade.

 

Em oitavo lugar, nos prazeres carnais (Ec 2.10). Salomão não negou aos seus olhos nem ao seu coração tudo quanto desejaram. Mesmo governado pelo império dos sentidos e atendendo aos ditames dos desejos carnais, não conseguiu preencher o vazio do seu coração. O resultado de todas as suas buscas foi uma frustração profunda e uma decepção absoluta. Tudo que possuiu e experimentou não passava de vaidade, bolha de sabão. Suas buscas inglórias foi como correr atrás do vento. Debaixo do sol, nada deu sentido à sua vida (Ec 2.11). O sentido da vida está acima do sol. A felicidade existe e pode ser encontrada, encontrada apenas em Deus. Na presença de Deus há plenitude de alegria e delícias perpetuamente (Sl 16.11). Jesus é a nossa alegria. Ele veio para nos dar vida e vida em abundância (Jo 10.10).

 

Rev. Hernandes Dias Lopes