Jesus, o médico onipotente
“Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (Jo 5.6).
Jerusalém estava em festa. Multidões fluíam para a cidade, para uma jubilosa celebração. Jesus, também, deixa a Galileia e sobe as alcantiladas montanhas da Judeia, para festejar com o povo. Ao entrar em Jerusalém, Jesus vai ao tanque de Betesda, onde havia cinco pavilhões, com uma multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos. A palavra Betesda significa “casa de misericórdia”. Aquele tanque não era propriamente dito um hospital, pois as pessoas que entupiam aqueles cinco pavilhões eram doentes incuráveis, como cegos, coxos e paralíticos. Jesus percorre os corredores desses cinco pavilhões, vendo pessoas amassadas pela vida, feridas pelas circunstâncias, com a esperança morta.
Dentre tantos enfermos, Jesus vê um homem paralítico, que era a maquete do desespero. Jesus sabia que ele estava nessa condição deplorável há muito tempo. Então, Jesus perguntou-lhe: “Queres ser curado?” (Jo 5.6). Em vez de responder sim ou não, o paralítico tangencia e evasivamente responde: “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tangue, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim” (Jo 5.7). Havia um fenômeno admitido no texto, que ocasionalmente, um anjo descia e agitava a água do tangue de Betesda e o primeiro doente que se lançava na água era curado de qualquer doença. Esse homem viu outros sendo curados, mas ele jazia ali a trinta e oito anos, preso ao seu leito. Então Jesus lhe dá uma ordem: “Levanta-te, toma o teu leito e anda” (Jo 5.8). O resultado foi extraordinário: “Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar” (Jo 5.9). Esse episódio traz-nos três verdades gloriosas:
Em primeiro lugar, uma pergunta maravilhosa. Jesus conhecia aquele paralítico. Sabia a quanto tempo estava sofrendo e, também, a causa de seu sofrimento (Jo 5.14). Mesmo sabendo que o problema era humanamente insolúvel, Jesus lhe pergunta: “Queres ser curado?”. A pergunta de Jesus parece, à primeira vista, óbvia demais. Mas, o Senhor queria confrontar esse homem antes de curá-lo. O diagnóstico vem antes do remédio da cura. A resposta do paralítico revelou que além da paralisia, ele estava esmagado por um sentimento de abandono e desvalor. Ele não tinha ninguém. A solidão era sua única companhia no meio de uma multidão de outros enfermos. Família e amigos não se importavam com ele. Está só curtindo sua dor, açoitado pelo chicote da culpa de seus pecados da juventude. Hoje, de igual modo, Jesus pergunta a você: “Queres ser curado?”.
Em segundo lugar, uma ordem maravilhosa. Se a pergunta de Jesus parecia óbvia demais, a ordem parece difícil demais. Tudo que este paralítico mais queria era levantar-se e andar, mas era exatamente o que não conseguia. Porém, aquele que dá a ordem é o Médico onipotente. Há poder em sua palavra. Ele dá uma ordem e o sol pára. Ele ordena e as estrelas aparecem. Ele dá um comando e o mar se acalma. Ele ordena e o vento cessa. O mesmo Jesus que dá a ordem, dá também, o poder para que a ordem se cumpra. Jesus mandou o homem da mão ressequida, na sinagoga de Cafarnaum, estender a sua mão, e a mão foi imediatamente curada. Jesus deu uma ordem a Lázaro para sair do túmulo e a morte soltou as garras de Lázaro e ele ressuscitou. Hoje, semelhantemente, Jesus ordena a você: “Levanta-te... e anda”.
Em terceiro lugar, uma cura maravilhosa. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. A cura não foi a crediário nem em doses homeopáticas. A cura foi imediata, completa e cabal. Os músculos atrofiados foram tonificados. As articulações enrijecidas foram revigoradas. O corpo esquálido foi remoçado. E o homem que estava prostrado, rendido à sua desdita, sai da Casa de Misericórdia, para uma celebração no templo. Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O que ele fez, ele continua fazendo. Hoje, você também pode abandonar os andrajos de uma vida marcada pela desesperança. A pergunta de Jesus ecoa aos seus ouvidos: “Você quer ser curado?”.
Hernandes Dias Lopes