IGREJA, O CORPO DE CRISTO
A igreja é o corpo de Cristo. O apóstolo Paulo ao tratar do tema, em sua Primeira Carta aos Coríntios, destaca três características desse corpo. Vejmos:
Em primeiro lugar, a unidade do corpo (12.12,13). Paulo diz que nós confessamos o mesmo Senhor (12:1-3), dependemos do mesmo Deus (12:4-6), ministramos no mesmo corpo (12:7-11) e experimentamos o mesmo batismo (12:12-13). Dois fatores mantém a unidade do corpo de Cristo: Primeiro, o sangue. Pode ser difícil estabelecer a unidade entre meus pés, minhas mãos e meus rins. Mas o mesmo sangue alimenta estes membros e todos os outros. O sangue fornece vida aos membros e se impedirmos o sangue de chegar a alguns deles, esse morrerá rapidamente. No sentido espiritual o sangue de Cristo é o elemento que unifica o seu corpo. Ninguém entra na igreja sem ter-se apropriado primeiro da expiação, dos benefícios da morte de Cristo e do seu sangue derramado. Segundo, o Espírito. Em relação à igreja, a Bíblia diz: “Em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” (12:13). Um membro do corpo pode ser mais cheio do que outro membro, mas nenhum membro está sem o Espírito. Ser batizado pelo Espírito significa que pertencemos ao Corpo de Cristo. A unidade da igreja, portanto, não é eclesiástica, denominacional, nem organizacional, mas espiritual.
Em segundo lugar, a diversidade do corpo (12.14-20). O corpo precisa das diversas funções dos membros para sobreviver (12:15-19). Meu olho faz um trabalho bom ao focalizar uma manga apetitosa. Mas para que a manga me alimente eu preciso de outros órgãos: da mão para pegar a manga; da boca para morder um pedaço; dos dentes para mastigá-lo; da língua para movimentá-lo na boca; da garganta para engolí-lo; do estômago para digeri-lo; do fígado para acrescentar a bilis. Os membros do corpo não podem desempenhar suas funções isoladamente sem a cooperação dos outros membros. De igual forma, não há cristão isolado. Vivemos no corpo. Se eu cortasse minha mão e a colocasse numa cadeira no outro lado da sala, ela ainda seria minha mão, mas não teria mais utilidade porque estaria separada dos outros membros do corpo.
Em terceiro lugar, a mutualidade do corpo (21.21-31). Com respeito à mutualidade do corpo, Paulo nos ensina algumas lições: Em primeiro lugar, o perigo do complexo de inferioridade (12.15,16). Ficar ressentido por não ter este ou aquele dom espiritual é imaturidade espiritual. Devemos exercer nosso papel no corpo com alegria e com fidelidade. Nenhum membro da igreja deveria se comparar nem se contrastar com qualquer outro membro. Somos únicos e singulares para Deus. Em segundo lugar, o perigo do complexo de superioridade (12.21-24). Nenhum membro da igreja pode envaidecer-se pelos dons que recebeu. Em terceiro lugar, a necessidade da mútua cooperação (12.25). Os dons são dados não para competição nem para demonstração de uma pretensa espiritualidade. O dom tem como objetivo a mútua cooperação. Em quarto lugar, a necessidade da empatia na alegria e na tristeza (12.26). Não estamos competindo, nem disputando quem é o melhor, o mais talentoso, o mais dotado, o mais espiritual. Somos uma família, um corpo. Devemos celebrar as vitórias uns dos outros e chorar as tristezas uns dos outros. Finalmente, a necessidade de compreendermos que não somos completos em nós mesmos e que precisamos dos outros membros do corpo (12.27-31). O corpo é uno, mas os membros são diversos; e por isso, eles precisam cooperar uns com os outros para o bem de todo o corpo. Assim também é na igreja. Não somos autossuficientes; dependemos uns dos outros. Se sabemos essas coisas, importa-nos colocá-las em prática!
Rev. Hernandes Dias Lopes