13/12/2022

Celebramos o nascimento do Rei

O nascimento de Jesus não ocorreu sem planejamento. Aliás, seu nascimento foi planejado na eternidade. Os céus e a terra ainda não existiam, quando no pacto da redenção, o Filho de Deus foi prometido. Ao longo da história, essa promessa foi reafirmada e confirmada. Jesus foi prometido no Éden como a semente da mulher. Ele foi prometido como o descendente de Abraão, de quem procederia reis, e cuja descendência seria tão numerosa como as areias da praia e como as estrelas dos céus.

 

Jesus foi simbolizado pelo cordeiro da Páscoa, pela coluna de nuvem e pela coluna de fogo. Foi simbolizado pelo maná que desceu do céu e pela água que brotava da rocha. Ele foi simbolizado pelo tabernáculo e pelo templo. Foi simbolizado pela arca da aliança e pelos objetos que nela estavam: as tábuas da lei, o vaso com maná e a vara seca de Arão que floresceu. Ele foi simbolizado pelas festas de Israel, pelos sacrifícios oferecidos no templo e pelo sábado. Tudo era sombra dele; ele, a realidade.

 

As profecias sobre seu nascimento foram meridianamente claras: ele procederia da tribo de Judá e seria filho de Davi e herdeiro de seu trono. Ele nasceria de uma virgem, na cidade de Belém da Judeia. Seu nome seria Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz. Ele viria como o Sol da Justiça, trazendo salvação em suas asas e seria visto como a brilhante estrela da manhã.

 

Na plenitude dos tempos ele veio, nascido de mulher, nascido sob a lei para ser o Salvador do seu povo. O Verbo eterno, pessoal e divino se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade. Nele resplandeceu a glória do Pai, pois ele é exata expressão do ser de Deus, o resplendor da glória, em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Mesmo sendo ele o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, nasceu não num berço de ouro, mas numa gruta de pastores e depois de enfaixado em panos, foi deitado numa manjedoura, um coxo onde os animais comiam. Contrastando com esse humilde nascimento, seu advento foi anunciado pelos anjos, que fizeram das nuvens partituras musicais e cantaram com efusivo entusiasmo: “Glórias a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem”.

 

O nascimento de Jesus marcou a entrada do eterno no tempo. O infinito tornou-se finito. O Verbo de Deus vestiu pele humana, calçou as sandálias da humildade, pisou o nosso chão, comeu o nosso pão, bebeu a nossa água, sentiu a nossa dor, chorou a nossa lágrima e tomou sobre si o nosso pecado. Sendo ele Deus, se fez homem. Sendo rico, se fez pobre. Sendo Rei, se fez servo. Sendo ele transcendente, esvaziou-se. Sendo bendito eternamente, foi feito pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.

 

Jesus, o desejado de todas as nações, é o pão da vida que sacia a nossa fome; é a água da vida que mitiga a nossa sede; é a luz do mundo que guia os nossos passos. Ele é a porta da salvação e o bom Pastor que deu a vida pelas suas ovelhas. Ele é a ressurreição e a vida e fora dele não há esperança. Ele é o Caminho, e a Verdade e a Vida e sem ele, ninguém tem acesso ao Pai. Ele é a Videira verdadeira e a não ser que estejamos enxertados nele, jamais poderemos produzir frutos que agradem a Deus.

 

Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é o cordeiro que foi morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos. Ele é a Raiz de Davi, o Leão da tribo de Judá. Ele é o Profeta e a mensagem; o Sumo Sacerdote e o sacrifício; o Rei dos reis e o servo sofredor. Seu nome está acima de todo nome. Ele foi exaltado sobremaneira pelo próprio Pai. Ele está assentado no trono, tem o livro da história em suas mãos e governa soberanamente sobre as nações. Ele é quem está conduzindo a história à consumação. O fim já está determinado: é a vitória de Cristo e de sua igreja. O plano que foi traçado na eternidade será consumado no último dia. Entraremos com Jesus na festa que nunca vai terminar. Então, nossas lágrimas serão estancadas e uma alegria indizível brotará nos nossos lábios, e isso, pelos séculos eternos.

 

Hernandes Dias Lopes