Carnaval, alertas necessários

O carnaval não é apenas a maior festa popular brasileira, mas é, também, uma festa de cunho religioso. Certamente não é a expressão da religião cristã. O sincretismo religioso, a invocação de espíritos, a zombaria com o nome de Cristo mui frequentemente estão presentes nas passarelas, nas avenidas, nos blocos carnavalescos que expõem seus temas e enredos ano após ano.
Quais são os alertas que precisamos observar?
Em primeiro lugar, o carnaval é a festa dos excessos. Excesso de nudez, excesso de embriaguez, excesso de sensualidade, excesso de vulgaridade. As máscaras escondem identidades ao mesmo tempo que revelam desejos enrustidos. Na passarela tudo vale, nada é censurado. São quatro dias de festa sem pausa, de samba sem trégua, de diversão sem limites. Nesses quatro dias as pessoas bebem sem moderação, entregam o corpo aos ditames da carne sem moderação e se lambuzam dos prazeres efêmeros sem moderação. Ao fim, o que resta é o cansaço físico, o entorpecimento etílico, a testa coberta de cinza não para revelar verdadeiro arrependimento, mas para planejar a próxima versão carnavalesca.
Em segundo lugar, o carnaval é a festa da gastança de verbas públicas. Numa nação em que as pessoas não conseguem comprar o alimento básico para a mesa, os governantes abrem os cofres, sem moderação, para promover a festa do esquecimento dos problemas, do desvio da atenção, da diversão sem reflexão. Voltamos à Roma antiga, onde os Césares distraiam o povo com pão e circo. Os recursos públicos deveriam ser investidos para melhorar a qualidade de vida do povo e não para oferecer ao povo uma diversão sem limites, para anestesiar a consciência, ainda que por um breve tempo.
Em terceiro lugar, o carnaval é a festa do insulto aos valores cristãos. Os tambores ruflam para invocar os mortos e servir a espíritos de ancestrais. Os blocos desfilam para trazer, não raro, temas que afrontam a fé cristã e fazem troça da palavra de Deus. Já vimos, com tristeza, a pessoa de Cristo sendo escarnecida e o nome de Cristo sendo zombado nas passarelas, para o delírio de uma multidão embriagada pelo prazer carnal. Certamente, aqueles que promovem e aqueles que apoiam essas práticas, podem se divertir por um momento, mas a fatura vai chegar, pois a palavra de Deus diz: “De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará”. Nem sempre Deus acerta a conta no ato da transgressão. A não ser que haja arrependimento, as consequências do pecado virão inexoravelmente.
Que fiquemos atentos a esses alertas, enquanto é tempo.
Rev. Hernandes Dias Lopes