AVIVAMENTO, LUZ E CALOR
“... aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2).
Jonathan Edwards (1703-1758), o corifeu do Puritanismo, uma das mentes mais brilhantes da América, e, também, conhecido como o teólogo do avivamento, disse que precisamos ter luz na mente e fogo no coração. O avivamento ilumina o entendimento e aquece o coração. O avivamento é promessa de Deus e necessidade da igreja. Não é produzido na terra, emana do céu. Não é obra humana, é ação divina. Não é agendado pela igreja, acontece dentro da dispensação da vontade Deus. O avivamento ilumina e aquece, traz luz e calor.
Destacaremos, aqui, alguns aspectos desse avivamento:
Em primeiro lugar, o avivamento traz luz à mente. O avivamento é balizado pela Palavra de Deus. Não é genuíno avivamento aquele movimento que leva o indivíduo para fora das Escrituras. Deus é avalista de sua Palavra. Ela é inspirada, inerrante, infalível e suficiente. Deus opera na Palavra e por meio dela; jamais contra ela ou à parte dela. A Palavra é lâmpada para nossos pés e luz para o nosso caminho. Ela é a verdade que ilumina nossa mente e o fogo que aquece nosso coração. Uma das marcas do avivamento é um retorno às Escrituras. Aqueles que são revestidos com o poder do Espírito se voltam para a Palavra para se aplicar à sua leitura, observância e proclamação. O avivamento não é governado pelo experiencialismo heterodoxo nem é fundamentado em arroubos místicos. Não podemos nos despojar da razão para buscar avivamento. Ao contrário, precisamos de luz na mente para compreendermos as grandes intervenções de Deus na história.
Em segundo lugar, o avivamento traz calor ao coração. O avivamento não apenas leva a igreja de volta à Palavra, mas, também, inflama os crentes com o fogo do Espírito. O fogo de Deus ilumina, aquece, purifica e alastra. Um crente cheio do Espírito Santo não é como uma barra de gelo a conservar seu religiosismo intacto, mas uma tocha de fogo e incendiar outros corações. Desfrutar da intimidade com Cristo ilumina os olhos, aquece o coração, apressa os pés e abre os lábios para testemunhar. O avivamento aprofunda o conhecimento e fortalece a piedade. Produz interesse pela teologia e reaviva a ética. Une doutrina e vida, credo e conduta, ortodoxia e piedade. O avivamento é o sopro do Espírito que manda embora as cinzas do comodismo e reacende as brasas do fervor.
Em terceiro lugar, o avivamento traz profundo ardor missionário. Uma igreja reavivada pelo Espírito de Deus deixa de olhar para seu próprio umbigo, para levantar os olhos e ver os campos que branquejam para a ceifa. Tanto os avivamentos registrados nas Escrituras, como aqueles que ocorreram nesses vinte séculos de Cristianismo foram marcados por profundo interesse missionário. A igreja transformou koinonite em koinonia, relacionamentos egoístas em amor aos não alcançados. Uma igreja reavivada tem seus olhos para o mundo inteiro. Ela testemunha aqui, ali e além-fronteira. Sua agenda é missionária, pois seu campo é o mundo.
Em quarto lugar, o avivamento traz um profundo amor ao próximo. Em tempos de avivamento, a igreja torna-se assaz generosa. Os crentes desapegam-se de coisas para apegarem-se a pessoas. Seus bens não estão mais a serviço apenas de seus deleites, mas, também, são usados para socorrer aos necessitados e assistir aos pobres. A misericórdia é fruto da piedade. Onde o Senhor reina, aí há desprendimento e envolvimento. O evangelho é pregado não apenas com os lábios, mas, também, demonstrado pelas mãos. O avivamento glorifica a Deus, santifica a igreja e impacta o mundo com atos de bondade.
Que Deus em sua infinita bondade, derrame sobre nós, neste tempo, um genuíno e poderoso avivamento, trazendo sobre nós luz e calor. Que o nosso clamor se una à voz do profeta Habacuque: “Aviva a tua obra, ó Senhor...”!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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2 Samuel - Comentários Expositivos Hagnos
Dentro das páginas deste livro, somos conduzidos por uma narrativa rica em detalhes, explorando a profundidade dos relacionamentos de Davi, suas experiências pessoais e seu papel como líder de uma nação.