26/02/2025

As fraquezas do Rei Salomão

Salomão, filho e sucessor de Davi, reinou quarenta anos em Israel. Seu governo foi timbrado por grandes conquistas e expressivas vitórias. Ele foi considerado o homem mais sábio e mais rico de sua geração. Em sua gestão teve paz nas fronteiras e a riqueza das nações agigantaram o poder econômico de Israel.. Alcançou o cume da riqueza e da fama. Fez alianças com as nações vizinhas. Escreveu três livros do Antigo Testamento (Cântico dos cânticos, Provérbios e Eclesiastes). Escreveu mais de mil provérbios e contribuiu com a botânica e com zoologia. Construiu o primeiro templo de Jerusalém e erigiu palácios com luxo extravagante.

Inobstante a fama externa e interna de Salomão, ele revelou várias fraquezas, que passamos a destacar:

Em primeiro lugar, ele descumpriu as exigências divinas sobre a monarquia em Israel. Prevendo que Israel pediria um rei, Deus estabeleceu as normas para o rei, conforme Deuteronômio 17. O rei não poderia multiplicar para si cavalos, pois não deveria confiar na força do exército; não deveria multiplicar para si ouro e prata porque não poderia confiar na riqueza; não deveria multiplicar para si mulheres, para não ser seduzido pelas crenças pagãs. Salomão quebrou todos esses preceitos, abrindo brechas para sua decadência política e espiritual.

Em segundo lugar, ele viveu cercado de luxo extravagante, mas oprimiu seu povo com trabalhados forçados e pesados tributos. Salomão foi um rei rico de um povo pobre. A corte nadava em ouro, mas o povo vivia oprimido por trabalhos forçados e pesados tributos. Como no tem almoço de graça, quem pagava os gastos excessivos do palácio era o povo trabalhador. Isso abriu uma ferida na alma do povo, e por esta causa, o reino de Israel foi dividido depois da morte de Salomão.

Em terceiro lugar, ele fez concessões inegociáveis ao construir templos aos deuses pagãos, passando ele mesmo a adorar esses deuses por influência de suas mulheres. Salomão foi fazendo concessões ao longo de sua vida, a ponto de construir capelas às divindades pagãs, adoradas por suas mulheres. Como um abismo chama outro abismo, o próprio Salomão vira as costas ao Senhor, ao se prostrar diante de deuses pagãos, matriculando o seu reino na escola da idolatria. Ali estava o vírus mortal que levou Israel ao colapso político e espiritual.

Em quarto lugar, ele não preparou um sucessor para governar Israel. Roboão, que havia nascido um ano antes de Salomão assumir o trono de Israel, viveu quarenta anos no palácio de seu pai, cercado de conforto extremo e luxo extravagante. Cercado de tantos privilégios, não tinha fibra moral nem talento administrativo para suceder ao pai. Por não atender às reivindicações do povo, que rogava pelo alívio de tributos, dez das doze tribos seguiram a liderança sismática de Jeroboão, formando o Reino do Norte. Esse reino rebelado, durou duzentos e nove anos, tendo dezenove reis em oito dinastias. Todos os reis foram maus e idólatras. O resultado foi o cativeiro assírio em 722 a.C. As duas tribos do Sul também se desencaminharam e foram levadas cativas pela Babilônia em 586 a.C. Todo esse fracasso foi gestado por Salomão, o homem jogou fora os privilégios concedidos por Deus. Acautelemo-nos!

Rev. Hernandes Dias Lopes